sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Kabalah e Jr. Bocca refazem parceria em BH

Por: Daniel Ottoni - Ragga



A parceria de três anos entre a banda Kabalah e Jr. Bocca está mais consolidada do que nunca. Fundamental para a evolução do grupo, o músico capixaba veio à BH para três apresentações com os caras que hoje são gratos à intervenção que foi feita, logos nos primeiros ensaios. “Quando fui convidado para tocar com a banda, vi que tinha muita coisa a ser acertada. Pontuei aquilo que eu achava que devia mudar e a turma aceitou bem a proposta”, conta Bocca, que hoje mora em Vitória e tem sua carreira consolidada no meio do reggae. “Eu percebia que eles tinham a informação, mas faltava direção. A linguagem não era a ideal”, afirma. Bocca foi o responsável pelo baixo da banda durante um curto período.

O Kabalah, na sua já conhecida humildade, aceitou as novas ideias. “Se não fosse pelo Bocca, a gente demoraria bem mais para chegar onde estamos hoje. Confiamos na procedência dele, que já tem uma história extensa no meio da música e do próprio reggae. A barba branca já traduz a trajetória e o conhecimento musical que ele carrega”, brinca o baterista Râmede.

As três apresentações rolaram na semana passada e a resposta do público foi muito boa. “A galera de BH gosta de reggae e viaja muito para a praia, pelo menos uma vez por ano. O ideal é que esse pessoal veja por aqui o que eles vêem na praia, uma banda bacana de reggae mandando um som de qualidade e todos se divertindo. Belo Horizonte é carente de bandas com a pegada do Kabalah”, assume Bocca.

Nos shows realizados na parceria, o repertório muda um pouco, entrando algumas composições do próprio Júnior e outras de Bob Marley. “É importante ter essa flexibilidade”, aponta o vocal e guitarrista Rodolfo. “A banda está sempre aberta a evoluções e mudanças. Somos serem humanos e o crescimento é fundamental. O Bocca é uma baita via de acesso para agregar mais valor ao nosso som”, manda Râmede.

Para Bocca, colocar no repertório canções de sucesso com uma levada de reggae é essencial para levar o ritmo para mais pessoas. “No Espírito Santo, a Banana Reggae (extinta banda do compositor) foi uma das responsáveis por introduzir o som de grupos como Skank e Cidade Negra na galera, que até então desconhecia essas bandas”, lembra. Além disso, ele enfatiza o fato de muita gente ouvir reggae hoje e gostar do estilo, sem saber muito bem do que se trata. “Um bom exemplo é a Céu, que passou por BH na semana passada e tem no reggae quase que a base inteira do seu novo trabalho”, exemplifica.

Colocar no cenário de BH artistas com músicas de autoria própria é outro diferencial a ser valorizado e seguido. “A quebra de paradigmas é uma constante. A maior vontade é mostrar que banda vai muito além do cabelo e da roupa. A aceitação do público também depende da educação e do comportamento e isso o Kabalah tem”, sinaliza.

Três músicas do grupo já estão praticamente finalizadas e o primeiro CD promete sair no próximo ano. Quem já conhece e tem o mínimo de discernimento, sabe que o som é diferente. Não temos em BH um grupo com a pegada do Kabalah, infelizmente. Outros grupos de qualidade existe, como a banda Anaguilê, mas é outra vertente, outra levada. Todos merecem a devida valorização, desde que o trabalho seja sincero e constante, sem cair na rotina e procurando um diferencial e o desenvolvimento. E isso o Kabalah tem. Roots!


Matéria extraída do portal Ragga Drops.